28 abril 2013

'' A Cabana ''




Capítulo 9


Créditos:Leh Cullen/Bah

Ir Embora!!!!


– Você gostou tanto quanto eu. – eu disse.

– Isso não vai mais acontecer. Assim que amanhecer vou embora.

– Se você ainda não notou já amanheceu. – eu apontei para a janela e de lá se podia ver que o dia já havia amanhecido, mas eu não queria que ela fosse embora.

– Ótimo! – ela levantou.

– Se é isso o que você quer. – eu dei de ombros, mas algo dentro de mim queria gritar loucamente para que ela não fosse.

– É... É isso o que eu quero. – ela disse se vestindo. – Onde esta a minha calça?

– Eu é que vou saber você a jogou em algum lugar no meio da noite. – eu me sentei e afundei as mãos em meu cabelo totalmente irritado, mas senti olhos queimando em mim e quando ergui a cabeça vi que ela me encarava, ela estava parada segurando uma de suas blusas e estava com os olhos pregados em mim. Sorri torto para ela e vi que ela ofegou.

– O que foi? – perguntei.

– Nada. – ela se virou e começou a procurar suas coisas e enquanto ela estava de costas para mim tive uma visão privilegiada de sua bundinha redondinha e durinha.

Logo ela encontrou o que procurava e terminou de se vestir e sem dizer mais nada, pegou sua mochila e saiu para o vento gelado. Quando a porta bateu me levantei e fui até a janela espioná-la. Eu sabia que ela nunca encontraria o caminho de volta, mas mesmo assim fiquei olhando. Ela andava totalmente confusa e olhando o lugar a sua volta a todo o momento, e quando ela olhou para trás e me viu parado a janela olhando-a eu sorri torto e vi ela bufar e então sair caminhando em passos pesados pela floresta.

Havia uma grande probabilidade dela se perder e acabar se machucando e uma parte de mim me confrontava. Eu ia até lá e a levava até a estrada que a levaria de volta para casa, ou eu a deixava tentar encontrar o caminho sozinha e ela se perderia, ou então eu podia ir até lá e pedir para ela voltar.
Eu estava tão hipnotizada com a visão dele desarrumando seus cabelos que nem percebi que eu havia paralisado no lugar, só tomei consciência disso quando ele olhou pra mim e deu aquele sorriso torto perfeito que me fez ofegar, minhas mãos suarem, e meu coração disparar.

– O que foi? – ele perguntou ainda sorrindo.

– Nada. – me virei voltando a procurar minha calça, que só Deus sabe onde ela havia ido parar.

Quando encontrei minha calça terminei de me vestir, peguei minha mochila e sai daquela cabana levando um choque quando o vento gelado bateu em meu rosto. Não olhei para trás, porque se eu o fizesse, perderia o controle mais uma vez e voltaria para agarrá-lo.

Só tinha um pequeno problema em querer ir embora, eu não sabia o caminho de volta. Eu mal sabia como havia ido parar ali, quem me dera saber como ir embora. Eu andava pelo local totalmente confusa, olhando a minha volta e para as várias possibilidades de caminhos. Eu tinha que seguir para o norte, pelo menos é o que eu sempre via em filmes quando alguém se perde na floresta. Se você seguir para o norte você acha o caminho, mas para onde é o norte mesmo? Lembrei-me que uma vez vi em um filme que se você sentir a terra em volta de uma arvore, a parte mais úmida indicava o norte, eu estava correndo para a arvore mais próxima quando me lembrei. Tinha neve por todo lado, tava tudo molhado e úmido, como eu iria descobrir qual era o lado mais úmido da arvore? Eu queria gritar de raiva.

Sabe quando você tem a sensação de que esta sendo vigiada? Pois é! Eu sentia isso agora mesmo, eu sentia minhas costas queimarem e então olhei para trás, e o que eu vi me arrepiou toda: Arthur parado na janela, só de cueca e me encarando. Bufei para as reações exageradas que meu corpo estava tendo e sai marchando para dentro da floresta, se eu ficasse mais um segundo perto desse gostosão eu não responderia por meus atos, não mesmo!

Eu andei, andei e andei, e toda vez que eu olhava para trás lá estava à bendita cabana. Eu sabia que eu estava andando em círculos, mas o que eu poderia fazer? Eu era teimosa demais para dar o braço a torcer e voltar para pedir ajuda. E eu tinha uma ligeira sensação de que se eu pedisse ajuda, para encontrar o caminho de volta, ele me negaria.

Eu não sabia por quanto tempo eu estava andando, só me dei conta do tempo quando meu estomago começou a roncar exigindo que eu o alimentasse, que mimado! Eu estava dando mais uma volta na cabana, totalmente irritada por não encontrar o caminho, quando Arthur saiu, ofeguei com a imagem a minha frente. Ele estava lindo de morrer, vestido em uma calça cáqui e um pulôver bege de gola alta, se eu não o tivesse visto nu eu diria que não existia nada mais lindo do que ele vestido daquela forma. Ele segurava uma caneca em mãos com algo fumegante. Ele sorriu para mim.

– Já encontrou o caminho de volta? – ele perguntou em um tom zombeteiro.

– Ainda não. – eu disse chateada. – Bem que você poderia me dar uma ajudinha. – eu parei e fiquei encarando-o com um sorriso amarelo estampado em meu rosto. Ele sorriu torto mais uma vez, e a minha teoria de que ele me negaria à informação havia acabado de se confirmar, não que eu me arrependesse de ver aquele sorriso mais uma vez.

– Está muito frio aqui fora, não quer entrar e se esquentar? – ele perguntou e então um sorrisinho malicioso se formou em seu rosto. Tarado! Aquele sorriso causou mais um pouco de reações exageradas em meu corpo.

– Não, mas obrigada. – eu disse e voltei a caminhar.

– Você quem sabe. – ele disse entrando na cabana novamente e eu não pude prender o impulso de mostrar a língua para porta.

Dessa vez eu sabia que estava perdida, porque eu não via mais a cabana, esse era um progresso muito grande, eu não estava mais andando em círculos. Eu tinha a sensação de que havia acabado de escalar uma montanha, minhas pernas estavam cansadas de tanto andar e então resolvi parar para um “pit-stop” e me sentei no caule de uma arvore encostando a cabeça no tronco.

Abri os olhos lentamente olhando a minha volta, já estava anoitecendo! Droga, eu acabei caindo no sono, é isso que dá ficar fazendo outras coisas durante a noite ao invés de dormir! Eu morria de frio e tinha certeza de que mais um pouco que eu ficasse parada ali, eu acabaria congelando. Levantei-me abanando a neve que havia se acumulado em minhas roupas.

Olhei a minha volta analisando a situação e cheguei a uma conclusão obvia: eu estava perdida! Resolvi refazer meu trajeto e comecei a caminhar para frente, andei por um tempinho e suspirei aliviada quando vi uma luzinha fraca a minha frente, mas então eu ouvi algo que fez minhas pernas tremerem, meu coração disparar e minha voz ficar presa na garganta.

Não muito longe de onde eu estava eu ouvi uivos e desesperada sair correndo até dar de cara com a porta da cabana, e comecei a bater desesperada para que Arthur viesse abrir a porta logo para mim. E então ele apareceu na porta com uma expressão aliviada, e sem poder me conter joguei meus braços em sua cintura.

– O que aconteceu? – ele perguntou entrando na cabana, que estava quentinha e confortável.


Continua...

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