09 abril 2013

'' A Cabana''





Capítulo 6



Créditos:Leh Cullen/Bah


– Ah. – ela disse constrangida.

– E então... Como você se chama? – perguntei

– Lua Blanco – eu conhecia esse sobrenome e aquilo não representava coisa boa não. – E você como se chama?

– Arthur e, por favor... Chame-me de Arthur. – eu disse tentando desviar meus pensamentos para não parecer tão obvio e dei uma risadinha disfarçada.

– Engraçadinho... É só Arthur mesmo? Não tem sobrenome?

– Só Arthur. – eu respondi frio, não demonstrando reação alguma, afinal se eu disse o meu sobrenome talvez ela pudesse me reconhecer e tudo pelo o que eu venho lutando nos últimos dois anos iria por lago abaixo.

– Estranho... – ela pareceu pensativa.

– O que é estranho? – perguntei.
– Tenho a impressão de já ter te visto em algum lugar antes.

– É impressão mesmo, sempre vivi aqui. – eu disse me levantando e pegando minha calça de moletom para me vestir quando voltei a olhar para ela dei uma risadinha, aquilo era definitivamente fofo!

– Por favor... Onde estão minhas roupas? – ela perguntou delicadamente e apontei para o pequeno varal improvisado em frente a lareira, onde eu havia colocado suas roupas durante a noite, ela foi em direção as suas roupas e verificando se elas estavam secas, eu não conseguia desgrudar os olhos dela. – Você pode se virar, sabe... Para eu poder me vestir, por favor? – suspirei forte me virando de costas para ela, afinal se eu a visse nua de novo a situação iria atingir um alto nível de constrangimento, se é que você me entende.

– E então Lua o que você fazia sozinha no meio da floresta com esse tempo? –perguntei assim que percebi que ela estava vestida.

– Estou fugindo de casa. – ela disse normalmente.

– Fugindo? –perguntei confuso.
– É meus pais querem que eu me case sem amor... E então resolvi fugir. – isso é bem provável, pelo o que eu ouvi falar dos Blanco, eles eram o tipo de pessoas que gostavam muito de dinheiro e luxo e obrigar a filha a casar com alguém que não ama, parece bem à cara deles.

– E quantos anos você tem? – perguntei.

– 18 e você? – ela respondeu me mandando a mesma pergunta de volta.

– 29. – disse indo para o fogão preparar o café da manhã. – E o que você pretende fazer agora? Onde você vai ficar? – perguntei.

– Eu não sei... Eu pretendia ir para La Pushi, mas acho que desviei um pouco da rota não é? – disse ela rindo um pouco.

– Desviou um pouco? Você esta quase na fronteira com o Canadá! – eu disse incrédulo e ela arregalou os olhos.

– Como eu agüentei andar tanto? – ela perguntou.
– Sei lá... Mas então onde você pretende ir agora?

– Não sei. – ela disse parecendo meio desorientada.

– Bom te garanto que não tem como você sair por ai, teve uma nevasca noite passada e você simplesmente vai acabar morrendo com essa neve toda por aí. – eu disse normalmente.

– Meu Deus! – ela disse espantada.

– Então onde você vai ficar? – perguntei encarando-a.

– Aqui? – serio eu tive que rir... Eu ficaria louco com ela aqui, o episódio dessa manhã se tornaria muito comum se ela continuasse aqui.

– Não sei se você percebeu que eu vivo sozinho aqui... E eu gosto da solidão. – eu disse.

– Pra onde você espera que eu vá? – ela perguntou com medo. 




Continua...

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